Estamos no início do Mês de Novembro… Época que nos traz à memória os que já partiram e que, de alguma forma, partilharam connosco a sua existência.
Assim, reflectimos porque somos humanos!…
Na nossa memória acumulam-se resquícios do passado, ora de glória, ora de amargura.
As expectativas surgem, por vezes, de um entendimento enviesado.
É louca a ilusão que nos move!…
É exígua a história que nos promove.
Em qualquer parte ou momento, afirmamos a nossa identidade
porque somos gente e criamos laços de afinidade.
A vida é algo de misterioso que transcende o nosso conhecimento
e, cujo teor implacável e rigoroso, condena-nos a qualquer momento.
Assiste-nos a alegria, a tristeza, a crise e a bonança;
Neste contexto somos, com certeza, cobaias do tempo que avança.
Cremos na racionalidade da nossa contribuição,
demonstrando à sociedade que somos objecto de imperfeição.
Há quem apele ao destino!.. Ciência que não domino.
Limitações
Aflora o sentimento pela perda de alguém,
surge o reconhecimento e a dor vem.
Comummente, partilhar é desejo também,
sozinhos não somos ninguém.
Chove na terra que me há-de aquecer,
guardo o seu odor, sem saber o que fazer.
Será renascimento ou arte de viver?
Mistérios da ciência ou incógnito saber…
A noite é densa e não tenho um regaço!…
De olhos cerrados estou perdida no espaço.
Se me quedo nas trevas esqueço o meu passo.
O tempo escasseia… Já não sei o que faço.
Os amigos também dormem, não há um abraço,
não existe pão, não encontro um pedaço.
Rendo-me a esta luta determinada pelo impasse,
aceito, sem regras, o seu desenlace.
Nazaré Cunha (2008-11-01)