VIII Oficina de História na Lusófona

 Realizou-se em 2 de Junho a VIII Oficina de História no auditório Pessoa Vaz da Universidade Lusófona sob a direcção dos professores Teotónio R. de Souza, Vitor Serrão, Ana Cristina Martins e José Diogo Mateus. Prof. Doutor Teotonio R. de Souza, Director do Curso de História introduziu o tema «História: Que Futuro»? Referiu aos muitos futuros que já entraram no bojo da História! Explicou como as grandes rupturas que marcaram a idade medieval, a idade moderna, a idade contemporânea, e várias outras idades dentro dessas grandes divisões, representam futuros que em seu tempo ameaçaram os seus passados! “Um futuro será tanto proveitoso quanto melhor rumo lhe pudermos dar com o conhecimento crítico do passado” – disse Teotonio R. de Souza definindo História e a sua continuada importância para todas as gerações.  Prof. Doutora Ana Cristina Martins falou sobre os desafios ao património arqueológico em Portugal, referindo  a necessidade de valorizá-lo com o aproveitamento do turismo. Prof. Doutor Vitor Serrão, historiador da Arte que muito tem contribuido para valorizar o património pictórico nacional, salientou a natureza “transmemorial” do património pictórico, que definiu como um laboratório de memórias acumuladas que cada geração pode e deve tentar perceber para aprender o processo da evolução da sociedade. Apresentou o papel do historiador neste processo de educação. Prof. Dr. Diogo Mateus, chamou a atenção para os desafios do urbanismo e museologia, particularmente na sua componente social. Referiu a importância da conservação e restauro correctos, mas também para análise e transmissão do “feio” a ser evitado nesses processos nos futuros projectos. Os historiadores podem ajudar para se atingir esse objectivo. Numa lição magistral, Doutor José Manuel Garcia, investigador do gabinete histórico da Câmara Municipal de Lisboa (anteriormente Membro da Comissão Executiva da Comissão Nacional dos Descobrimetos Portugueses) falou da competência, determinação e persistência, que são indispensáveis para produção historiográfica de qualidade e utilidade. Referindo ao seu trabalho mais recente da edição do Livro de Francisco Rodrigues, cartógrafo que acompanhou Afonso de Albuquerque e produziu o primeiro atlas moderno da Ásia, referiu ao interesse de D. Manuel em estender a presença portuguesa na Ásia. O orador referiu também ao outro pintor da corte de D. Manuel, Duarte D’armas, que produziu em 1509 um album de todos os castelos do reino. Vai ser o seu projecto com o apoio da Academia Portuguesa da História para comemorar o 5º centenário dessa obra, que pode valorizar o património do Portugal profundo.

Antes da segunda sessão da Oficina, a licencianda Nazaré Cunha (da Câmara Municipal de Lisboa) recitou um poema dedicado ao oficio do historiador.

Na segunda sessão intervieram cinco licenciados em História, na ULHT: Dra. Maria Fernanda Matias (Directora-Adjunta do Serviço Internacional da Fundação Calouste Gulbenkian), Dra. Rita Andrade (Assessora, Serviço de Ciência, Fundação Calouste Gulbenkian), Dra. Florbela de Sousa (Assessora de Conservação, Camara Muncipal de Setúbal), Dr. Fernando Pereira (Instituto da Segurança Social, Lisboa), e Dr. Nuno Grancho (investigador e mestrando) foram todos unânimes na acrescida auto-confiança que a licenciatura lhes deu nos seus respectivos empregos em que já trabalhavam antes de iniciar o ensino superior. Aconselharam os presentes e futuros licenciandos a dedicarem-se com muita vontade e persistência aos estudos, e a não se desanimarem com as actuais perspectivas no mercado de emprego. Asseguraram na base das suas experiências que a boa qualidade sempre vinga.

As Professoras Olga Iglésias e Maria Adelina Amorim  lançaram o repto aos licenciados convidados a pensarem em instalar um núcleo dos licenciados em Históra na Lusófona. Esperamos ver a semente a germinar e produzir o seu fruto.

 

Foi dada por terminada a ordem de trabalhos da Oficina com a distribuição de certificados de aproveitamento aos participantes presentes do curso livre de “Temáticas e Problemáticas do Património”, organizado pelo Curso de História entre 12 de janeiro e 23 de fevereiro deste ano.