Ervas, sabores e especiarias

As especiarias são alguns dos ingredientes que diariamente enriquecem a nossa alimentação e cuja história remonta a muitos séculos atrás. Apetecidas pelos seus sabores, são também utilizadas para fins curativos, devido aos poderes mágicos e afrodisíacos que lhes são atribuídos. Um pouco por todo o mundo a medicina herbácea foi ganhando adeptos. As ervas, devidamente tratadas por especialistas, são utilizadas para o tratamento de muitas doenças, chegando mesmo a ser aplicadas como “antibióticos” naturais.
A Índia é conhecida como o Velho Mundo das especiarias. Consecutivas rotas de caravanas partiram da China com destino à Europa, atravessando toda a Ásia. De início eram os Árabes que dominavam, praticamente, todo o comércio de especiarias. Muitas vezes, na impossibilidade de negociar com moedas, eram efectuadas trocas de sedas e outros artigos por especiarias, para que as apetecidas drogas atingissem o fim a que se destinavam.
Durante vários séculos, as especiarias e outras exportações características do Oriente, só puderam chegar aos mercados Europeus através dos Árabes. Os lucros comerciais dos Árabes, Indianos, Chineses e Indonésios e o sigilo que os orientais mantinham sobre os circuitos comerciais e a rota das especiarias, associada ao mito da abundância e da riqueza, despertaram nos ocidentais o desejo de penetrar naquele mundo, dominar as rotas e controlar aquelas riquezas.

Nos séculos XV e XVI, com as viagens marítimas dos Portugueses, surgiu um vasto movimento de renovação cultural e científico, que tinha como objectivo o estudo e conhecimento das especiarias e ervas medicinais Orientais. Este movimento contou com o contributo de alguns médicos de grande prestígio, entre os quais se destacou Garcia de Orta, desenvolvendo em Goa um importante trabalho científico.
Durante as viagens que realizou por toda a Índia em serviço médico, Garcia de Orta recolhia plantas e drogas que ia analisando, com o objectivo de conseguir alguns avanços na área da Medicina. Na sua casa, em Goa, organizou um pequeno museu científico, que lhe permitiu atingir níveis de extrema relevância e muito úteis para a sua carreira de médico. Na Ilha de Bombaim possuía uma propriedade onde mantinha como reserva um conjunto de plantas raras. O seu interesse pela evolução da Medicina levou-o a estudar várias doenças tropicais e a publicar um livro intitulado Colóquios dos Simples e Cousas e Drogas Medicinais da Índia, onde aborda exemplos de vida das populações locais e alguns acontecimentos da História da Índia.

Por terras do Oriente

Comerciantes e contadores de histórias!… Quantos pereceram?
Ao certo, nunca saberemos; já não constam nas memórias.
Alguns venceram e voltaram para contar,
Outros escreveram antes do sonho terminar.
Terras de bons proventos e de ódios que geraram tormentos.
Tráfico sem regra nem lei oculto à mira do rei.
O mar guardava os segredos, a raiva e muitos medos;
Perdiam-se os olhares pelas frestas dos rochedos.
Cruzavam-se as naus carregadas de especiarias.
Levavam pimenta, cravinho e outros afins…
Aromas e sabores, trocados por escassos valores;
Pedaços de História contada por muitos autores.

Nazaré Cunha (2008-12-14)

Samuel Huntington: Novo paradigma de relações internacionais

Para Huntington trata-se de encontrar o novo paradigma das
relações internacionais após o fim do mundo bipolar da Guerra
Fria. Neste novo mundo, “a fonte fundamental e primeira de
conflito não será ideológica nem económica. As grandes divisões no
seio da humanidade são culturais. Os Estados-nações permanecerão
os mais poderosos actores na cena internacional, mas os conflitos
centrais da política global oporão nações e grupos pertencentes a
civilizações diferentes. O choque de civilizações dominará a política
à escala universal. As linhas de fractura entre civilizações serão
as linhas da frente das batalhas do futuro”.      Ler  mais —>

Um natal para os secularistas crentes

Será que o Natal tem algum significado para alguém que se considera  secular ou laico? O seguinte texto em inglês e dirigido ao público em Goa aponta para valores heróicos que o Natal representa para todos os que têm mente e coração abertos para os simbolismos culturais.  O Natal do Cristianismo só tem sentido na sequela da morte de Cristo.  Representa uma vida vivida em solidariedade radical com os necessitados e os oprimidos da sociedade. Não se trata de caridade e assistência paliativas.

Clicar aqui para ler o texto inteiro publicado  no diário Herald em Goa no Sábado passado.