Fruto de contactos com várias editoras, com o fim de alimentar este blog com algumas sugestões de leitura (o que não tem acontecido por manifesta falta de tempo, como podem, ou não, ter reparado), sou periódicamente informado, não só dos lançamentos literários, mas também das actividades das mesmas.
Assim, a Ésquilo informa-nos relativamente à visita que está a organizar, em conjunto com a Nova Acrópole, aos mosteiros cistercienses de Cós e de Alcobaça, liderada pelo historiador Pedro Gomes Barbosa.
Aqui está, então, a informação que me foi enviada para partilhar convosco:
NA ROTA DE CISTER
Visita guiada aos Mosteiros Cistercienses de Alcobaça e de Cós
Domingo, dia 1, às 8h30
Inscrições até 29 de Maio
Por Pedro Gomes Barbosa
Historiador, professor com agregação e coordenador de História Medieval da Faculdade de Letras da Univ. de Lisboa. Sem dúvida, uma das autoridades em Portugal em História Medieval e no estudo da Ordem de Cister e de Bernardo de Claraval.
Programa:
8h30 – Partida de Lisboa junto às instalações da sede da Nova Acrópole: Av. António Augustod e Aguiar, 17 – 4º esq.
11h – Início da Visita ao Mosteiro de Cós
13 – Almoço
14h30 – Visita ao Mosteiro de Alcobaça onde poderão ser visitados alguns espaços interditos ao público.
18 h – Regresso a Lisboa com chegado prevista para as 20h30.~
Preço: 60 euros (inclui transporte, almoço e entradas nos monumentos)
Informações e inscrições: telf. 213 523 056, telm. 939 800 855 ou e-mail: lisboa@nova-acropole.pt
MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE CÓS
O Mosteiro de Santa Maria de Cós é considerado a primeira casa feminina de Cister em Portugal. Primitivamente fundado, em 1211, na Póvoa de Cós, foi transferido para a sua actual localização nos finais do século XV ou inícios do XVI, sendo a sua primeira abadessa D. Benta de Aguiar. Do Mosteiro restam actualmente a igreja com a sua sacristia, e as ruínas de algumas instalações monásticas. O seu abandono progressivo, após a morte da última abadessa, que recusou abandonar as instalações após a extinção das Ordens Religiosas em 1834, levou ao estado de degradação. Nos anos 80 do século passado a igreja e a sacristia foram intervencionadas e recuperadas. Destacam-se os tectos de madeira, finamente pintados, os cadeirais, com um S cortado por uma seta, de difícil interpretação, e o seu importante conjunto de azulejos. Destes, os mais importantes e interessantes são os da sacristia, feitos no século XVIII, mas a partir de “cartões” do século anterior.
MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE ALCOBAÇA
Em 1153 Afonso Henriques dá o couto de Alcobaça ao mosteiro cisterciense de Claraval, e ao seu abade, S, Bernardo. Pensa-se que a chegada dos primeiros irmãos conversos, acompanhados de leigos trabalhadores, é anterior à formalização da doação, por carta (1148), já que estipulavam os estatutos da Ordem que quando o novo abade chegasse, acompanhado pelos seus 12 monges, teriam que estar prontas algumas instalações: igreja, dormitório e refeitório, para além de alguns edifícios de apoio.
A lenda diz-nos que a primeira escolha dos monges recaiu sobre o lugar de Chaqueda (hoje, Chiqueda), a cerca de 5 quilómetros do actual mosteiro. Mas os anjos mudaram as marcações dos alicerces para onde está hoje o Mosteiro. Esta lenda pode ver-se representada nos azulejos da Sala dos Reis. Ao longo dos séculos Alcobaça foi aumentando de prestígio e riqueza. O primitivo mosteiro sofreu ampliações e reformas, sendo as mais importantes feitas já na Época Moderna, entre finais do século XVI e inícios do XVII. Mas muito ainda sobrevive do antigo conjunto medieval. O edifício mais importante, pela sua harmonia e beleza, é a igreja, com a sua cabeceira gótica com deambulatório e capelas radiais. Pelo meio da nave corre subterraneamente um aqueduto, assinalado nas paredes laterais por uma pequena boca de poço e por uma lápide. No seu interior encontram-se ainda os túmulos de Pedro e Inês, embora não na sua localização primitiva.
É de realçar o claustro e todas as dependências anexas, nomeadamente o Sala do Capítulo o refeitório e o dormitório dos monges, e a famosa cozinha, obra tardia, e que substituiu o calefatório medievo. A ala oeste, a dos irmãos conversos, foi modificada profundamente quando estes desapareceram da estrutura alcobacense. Do que foi refeito é de realçar a Sala dos Reis, com os seus azulejos e as estátuas dos reis de Portugal, obra dos barristas de Alcobaça.
Pedro Gomes Barbosa
Historiador
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